9 de maio de 2022
No fim da tarde o sol lança as suas sombras sobre o casario que se anicha por baixo da ponte. O Comboio passa vagaroso, devolvendo à outra margem aqueles que cedo chegaram à cidade para ganhar o seu pão.
Na pequena sala alguém escreveu Bonecreiro no quadro. Certamente a ideia de algum Roberto, o nome que dão aos fantoches em algumas terras. A agitação vai crescendo naquela pequena câmara: já foi colocado o estandarte, o malhete já foi afinado e o projetor atira a sua luz de forma descuidada sobre a tela esticada.
Os bits já aquecem no computador que vai levar a imagem da sessão ao ciberespaço. Pernas do tripé esticadas e câmara enquadrada. Está bem assim Videoman? Consegues ouvir-me Gonçalo?
Aos preparativos juntam-se os participantes que foram chegando. Um zelador do tempo internacional, vindo diretamente de Bruxelas (Nuno Dias), um First Toastmaster experiente mas sem agenda (isto agora é tudo digital, já não imprimimos papel), o nosso Nuno Ricardo.
São horas, são horas, grita o Videoman, mas o SAA está desaparecido! Começa a sessão 20 segundos atrasada, incrível como uma coisa destas ainda pode acontecer em 2022. O SAA Rui arranca, bate o malhete e dá a palavra ao toastmaster.
O convidado é acolhido e é-lhe explicado, tintim por tintim como é que isto dos toastmasters funciona.
Mas é tempo de trazer à liça o nosso Roberto que vai zelar pelo bom uso do Português, dizem. Há quem lhe chame Bonecreiro, mas quase ninguém quis virar o boneco e a palavra do dia, Bonecreiro, fica sossegadamente estampada no quadro.
A Patricia Malta Dias veio contar as muletas. E explica como estas nos fazem tropeçar nas palavras e arrastar a entrega, não servem para nada, só para atrapalhar.
O Nuno Dias, de cronómetro em Punho, aponta todos os segundos decorridos e agita os cartões do tempo na sala e em frente da câmara. Hoje ninguém escapa, o tempo é para cumprir.
Bem é tempo de começar a discursar, e a Ana Teresa Pereira, depois de ter sido muito bem apresentada pelo Denys, vem explicar-nos como “construir equipas inderrubáveis”. Nem os nervos na entrega, agora ao vivo e a cores derrubam esta ideia. Ao terminar a construção da torre da confiança, do conflito, do compromisso e da responsabilidade aparecem os resultados! Isto tudo com uma pitada de humor, claro, que a vida leva-se melhor a sorrir!
Alguém tem perguntas? Remata a Ana Teresa. Parece que sim. Hoje não temos casal metralha, que opina por tudo e por nada, mas as perguntas são muitas! A Ana Teresa, bem preparada esclarece, ensina, enfim enriquece o nosso conhecimento para manter as nossas equipas firmes. O cartãozinho verde aparece na mão do Nuno e a Ana Teresa encerra o bloco de perguntas. Querem saber mais? Falamos no fim.
Passamos ao nosso segundo Discursante, vindo diretamente de terras descobertas por Pedro Álvares Cabral, o Gerardo Lima, o nosso irmão brasileiro. A Ana Nunes, explica os objetivos, e levanta a suspeita do que virá falar o Gerardo! Bem, ele veio explicar que não, não temos dois ouvidos, mas sim quatro: o factual, o da auto-revelação, o da relação e, finalmente, o do apelo. Não sabem como é que estes ouvidos funcionam? Então venham às nossas sessões ouvir discursos como o do Gerardo.
Terminamos os dois discursos e, agora, passamos a outro campeonato. Acolhemos no nosso clube o campeão Rodrigo Capoula,s que vai disputar o concurso de distrito no Sábado. O João Louro dá umas dicas de como podemos ajudar o Rodrigo a ganhar o título, após o que, finalmente, o Rodrigo arranca. Um discurso sobre “ser normal”. Será fácil ser normal? E vale a pena? Se querem saber é melhor virem ouvir o discurso do Rodrigo no Sábado, em Aveiro.
Bem, a sessão já vai longa, é tempo de cumprir a tradição e de improvisar. O Rui Domingos explica, como se improvisa e para que serve esta competência. Encontras-te com o chefe no elevador e queres pedir um aumento, como é que fazes? Não tens sequer 30 segundos para pensar que o elevador é rápido.
O Gerardo não ficou satisfeito com os 4 ouvidos e quis improvisar. Que boneco é que podes ser Gerardo? O Isidro explica-nos que a melhor história que temos para contar é a nossa. O Convidado Jefferson fica sem palavras, ele queria mesmo era falar do boneco. Mas fica logo combinado que tem que voltar a uma das próximas sessões.
Terminaram os improvisos, mas os nossos avaliadores não improvisam, e o Denys ajuda a Ana, dando-lhe a sua avaliação. A Ana explica ao Gerardo o que é que ele fez bem e algumas coisas que podiam ter sido mais bem feitas.
Finalmente foi momento de ajudar o Rodrigo a chegar ao pódio. Rodrigo, faz assim, Rodrigo faz assado, Rodrigo é melhor frito. Não que isso é mau para o colesterol, então o melhor mesmo é explicar como podes ganhar no Sábado. E as sugestões são mais que muitas.
Estamos já nos finalmentes. Relata-se as muletas, explica-se o português e contam-se os minutos. As avaliações técnicas são feitas com competência e de forma expedita. Estamos a horas.
É o momento de avaliar tudo o que ainda não foi avaliado. E assim a minha contribuição é explicar que esta crónica, não está assim grande coisa.
Chegamos ao fim, o Presidente dá uma palavras (mas não dá uma para a caixa), e o nosso toastmaster que guiou a sessão com cuidado e maestria (mesmo sem agenda) faz as últimas considerações e pede encarecidamente ao SSA que encerre a sessão. São dez da noite, a sessão foi longa, e estamos cansados. Bate-se o malhete e começa-se a arrumar.
Para a semana há mais, mas dessa vez “tudo em estrangeiro” que a sessão é em Inglês!
Revisão de conteúdo, Patrícia Malta Dias
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